
- 10 de julho de 2017
- arcos
Antes e depois: uma análise sobre segurança do trabalho em canteiro de obras

A segurança do trabalho é uma das maiores preocupações da área da construção civil e gera debates que envolvem as empresas, a Justiça, o governo e, claro, os próprios trabalhadores do setor.
Os dados são assustadores. De acordo com o Ministério do Trabalho e da Previdência Social, somente em 2014, foram registrados 704 mil acidentes de trabalho — o equivalente a 1.929 casos todos os dias. No ano anterior, 2.797 pessoas morreram em todo o país, em decorrência dos acidentes de trabalho.
No entanto, a situação envolvendo a segurança do trabalhador já foi muito pior. Nos últimos anos, foi criada uma série de normas para tentar aumentar o controle e diminuir os danos, como a exigência do uso de equipamentos de proteção individual (EPI), normas regulamentadoras, sem falar do aumento do rigor na fiscalização.
No texto de hoje, vamos mostrar a evolução da segurança do trabalho, principalmente no canteiro de obras, ao longo dos anos. Boa leitura!
A evolução da segurança do trabalho ao longo do tempo
Se os números de óbitos decorrentes das atividades de trabalho hoje em dia assustam, no passado, essa equação era ainda mais assombrosa. Nos anos 1970, o Brasil registrava, em média, 3.604 óbitos por ano. Vale lembrar que, naquela época, o número de trabalhadores não chegava a 12,5 milhões.
Na década seguinte, a correlação foi para 4.672 mortes para 21 milhões de trabalhadores. Nos anos 1990, o número de óbitos recuou para 3.925 com o total de trabalhadores chegando a quase 24 milhões. Hoje em dia, são quase 40 milhões de empregados com carteira assinada e, como já dissemos, o número de óbitos é próximo dos 3 mil.
Entre os motivos que podemos destacar para uma redução desses índices — que ainda assim colocam o Brasil como quarto colocado no ranking mundial de acidentes de trabalho — estão:
- a legislação trabalhista, que passou a abranger as mais diversas atividades e cobrar das empresas que seus funcionários estejam seguros;
- a conscientização de patrões e empregados sobre a importância de se manterem seguros no ambiente de trabalho.
O uso do EPI como instrumento de segurança do trabalho
Uma das formas encontradas pelas autoridades para minimizar o risco de acidentes é elevar a exigência dos equipamentos de proteção individual e disciplinar usuários a respeito de quais EPIs são obrigatórios em cada situação. Mas nem sempre foi assim.
Se pegarmos imagens de canteiros de obras há 30 ou 40 anos, veremos, no máximo, empregados utilizando equipamentos básicos como botas ou capacetes. A falta de normas sobre questões envolvendo segurança individual ou coletiva era, naquela época, uma das justificativas para o elevado número de acidentes — boa parte deles subnotificados.
A norma regulamentadora 6 (NR6), que define o uso do EPI para os mais variados ambientes de trabalho, é uma das provas da evolução da segurança do trabalho no país.
Criada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ainda na década de 1940 no governo de Getúlio Vargas, o texto original da norma estabelecia apenas que o ambiente de trabalho que não tivesse ventilação natural deveria ser equipado com ventiladores ou exaustores. Essa era a única exigência de EPI para melhorar as condições de trabalho em uma determinada circunstância.
De lá para cá, à medida que as preocupações com relação à segurança do trabalho foram aumentando, a NR6 foi sendo alterada. De 1945 aos dias de hoje, foram 17 mudanças no texto. O resultado é um texto detalhado que prevê a responsabilização das empresas para o uso do EPI por seus funcionários.
A medida divide os equipamentos de proteção em nove grupos:
1. Cabeça
- capacete;
- capuz;
- balaclava.
2. Olhos e face
- óculos;
- protetor facial;
- máscara de solda.
3. Auditivo
- protetor auditivo.
4. Respiratório
- respirador purificador de ar;
- respirador de adução de ar;
- respirador de fuga.
5. Tronco
- vestimenta e colete à prova de balas.
6. Membros superiores
- luvas;
- creme protetor;
- manga;
- braçadeira;
- dedeira.
7. Membros inferiores
- calçados;
- meias;
- perneiras;
- calças.
8. Corpo inteiro
- macacão;
- vestimenta de corpo inteiro.
9. Contra quedas com diferença de nível
- cinturão de segurança com dispositivo trava-queda;
- cinturão de segurança com talabarte.
Canteiro de obras: riscos no passado e no presente
Um ambiente como o canteiro de obras oferece uma grande quantidade de riscos potenciais a quem transita no local.
Entre eles, podemos destacar:
- plataformas de trabalho sem segurança;
- risco de incêndio ou explosão;
- quedas de objetos ou de andaimes;
- presença de ferramentas cortantes ou perfurantes;
- risco de acidentes causados pelo mau uso de materiais, químicos e maquinário.
Tudo isso faz com que a construção civil seja o número 1 na lista de setores que mais registram acidentes de trabalho no Brasil.
Entre as principais formas de acidente, podemos destacar:
- impactos sofridos;
- queda com diferença de nível;
- esforços excessivos ou inadequados;
- prensagem;
- exposição a ruído;
- contato com substância nociva;
- choques elétricos etc.
No passado, a não utilização quantitativa e qualitativa de EPI , bem como a ausência de campanhas educativas e a própria conscientização de empregados e empregadores sobre a questão da segurança no ambiente de trabalho, tornavam os casos de acidentes de trabalho graves e muitos levando a óbitos e lesões, e isso certamente poderia ter sido evitado.
Ainda hoje, é preciso de cuidado redobrado para que as normas sejam cumpridas por todos os envolvidos nesse processo.
3 maneiras de tornar um canteiro de obras mais seguro
Exija o uso do EPI
Além de ser uma norma legal e a falta de utilização desses equipamentos gerar sanções para empresas e gestores, a exigência do uso do EPI é o que garante que as chances de acontecer um acidente de trabalho sejam reduzidas.
Mantenha o local de trabalho organizado
Uma dica simples, mas eficaz. Canteiros de obras, como já destacamos, são locais que, por si só, oferecem riscos de acidentes e lesões. Zelar por um ambiente de trabalho limpo, sinalizado, em que os materiais estejam bem acondicionados ajuda a minimizar os riscos.
Invista na conscientização da equipe
Hoje em dia, os mais diversos órgãos e empresas batem na tecla de que a maior parte dos acidentes de trabalho acontecem por erro humano. A campanha do Ministério do Trabalho contra os acidentes de trabalho, neste ano, destacou o lema “conhecer para prevenir”. Ou seja, educar e conscientizar a equipe é fundamental para que esse cenário seja melhorado.
Agora que você sabe um pouco mais sobre a segurança do trabalho e como esse assunto vem evoluindo ao longo do tempo, siga nosso perfil nas redes socais e continue por dentro do assunto. Estamos no Facebook e no LinkedIn.
2 Comments
LENNIE LAZENBY
Good for you! Looks like you have been working really hard your entire life because such a big house must cost a fortune.
REPLYLENNIE LAZENBY
Good for you! Looks like you have been working really hard your entire life because such a big house must cost a fortune.
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