No Brasil, o número de mulheres que exercem a profissão de Engenheira Civil tem aumentado cada vez mais nas últimas décadas. Fruto da busca constante pela igualdade de gênero que surgiu na década de 1960, elas vêm ganhando destaque devido à proatividade, foco em resultados, bem como pelo seu trabalho meticuloso. São vantagens que a área pode receber ao incrementar o seu rol de profissionais com as engenheiras, evidenciando cada vez mais o papel das mulheres na Engenharia Civil.

Esse é o assunto do post de hoje, em que mostraremos um pouco mais do contexto histórico das mulheres na profissão e como as engenheiras têm muito o que agregar nessa área. Acompanhe!

As pioneiras da Engenharia Civil no Brasil

A Engenharia Civil só recebeu as suas primeiras integrantes no início do século XX. Tal fato não deve levar-nos ao espanto, uma vez que a educação superior, até aquela época, era uma possibilidade exclusivamente masculina. Mas algumas mulheres furaram esse cerco e deram um passo importante na conquista de novos espaços de trabalho, demonstrando empoderamento.

Foi o caso de Edwiges Maria Becker Hom’meil. Ela é conhecida como a primeira engenheira civil do Brasil, tendo graduado-se em 1917 na Escola Polythecnica do então Distrito Federal, atual Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Em Minas Gerais, Iracema Brasiliense formou-se engenheira civil em 1922 pela Escola de Engenharia de Belo Horizonte, hoje Faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais. A engenheira teve um trabalho de destaque no setor de cartografia do estado de Minas Gerais.

Outra engenheira de proeminência foi Enedina Alves Marques, a primeira mulher negra do Brasil a ter formação em Engenharia Civil.  Ela formou-se em 1945 na Universidade Federal do Paraná. Dentre tantas outras ocupações, Enedina atuou como engenheira fiscal de obras no Estado do Paraná.

Textos históricos testemunham que tais pioneiras, bem como outras, cujos nomes não estão aqui elencados, trilharam novos caminhos ao confeccionar projetos e participar da construção de edificações destinadas a vários fins. Mas as conquistas estavam apenas começando e suas congêneres tiveram que enfrentar muitas lutas para destacar o papel das mulheres na Engenharia Civil.

As primeiras engenheiras brasileiras provaram que o lugar da mulher também é na Engenharia e onde ela quiser atuar! Pois a sociedade está cada vez mais consciente que não há postos de trabalho previamente reservados a gêneros específicos.

A presença feminina na Engenharia Civil

As mulheres estão presentes em todos os ramos da engenharia, mas dados afirmam que elas têm optado, na maior parte das vezes, pela Engenharia Civil. Devido ao foco que elas têm no trabalho, são chamadas a ocupar cargos de chefia, nos quais têm demonstrado bom desempenho. Quanto mais responsabilidade assumem, maiores são os salários.

Em artigo de 2006, Maria Rosa Lombardi, afirma que na década de 1990 e nos primeiros anos da década de 2000, tanto para as pessoas do gênero masculino quanto para as do gênero feminino, a Engenharia Civil continua a ser a área mais empregada pelo mercado de trabalho durante todo o período. Segundo a autora, no ano de  2002 ofertava 27% dos empregos para engenheiros e 32% dos postos de trabalho para engenheiras.

Segundo informações do INEP/MEC, do ano 2011, a quantidade de mulheres cursando Engenharia Civil aumentou 67,8% em duas décadas. Por outro lado, o número de homens matriculados aumentou cerca de 38,7%. E a tendência é que esse número só aumente, uma vez que a sociedade caminha para a igualdade de gêneros.

Para ilustrar os dados apresentados, referente à graduação em Engenharia Civil, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná, campus Curitiba, apresentava, em 2013, 32,5% de mulheres dentre os seus estudantes. Na cidade de Pato Branco esse número elevava para 48,3% e na Universidade Federal da Bahia a taxa era de 25%. São dados de uma pesquisa conduzida por Lindamir Casagrande e Ângela Souza que mostra um aumento significativo da presença feminina na Engenharia Civil.

Quando atuando como engenheiras civis, não pense que as engenheiras ficam trancafiadas em escritórios dando ordens. Elas vão a campo, ou melhor, vão ao canteiro de obras e colocam a mão na massa, às vezes, até literalmente. O perfil da engenheira proativa, disposta a qualquer trabalho, aliado a uma personalidade psicológica forte e determinada, parece ser muito importante para o sucesso feminino na Engenharia Civil, revela Maria Rosa Lombardi em artigo de 2017.

As contribuições das mulheres para Engenharia Civil

O mercado de trabalho sentiu a presença desse movimento feminino no âmbito da Engenharia Civil. Construtoras do setor habitacional têm optado pela contratação de mulheres, uma vez que elas produzem resultados mais precisos. E as mulheres têm optado por carreiras que ofereçam melhor remuneração e realização pessoal. Tudo isso elas têm encontrado na engenharia.

Além de suas capacidades intelectuais e de fazer projetos, as engenheiras atuam juntamente à sociedade com intuito de melhorar as condições de vida da população. Há toda uma ética e responsabilidade praticada pelas profissionais. Há quem diga, inclusive, que as mulheres são mais pacíficas no momento de intervenção na obra, por isso têm assumido papel de destaque na gestão de obras.

São mulheres competentes, que conseguem executar muitas tarefas ao mesmo tempo e com resultado meticuloso. Por isso, uma engenheira civil sempre será partícipe na construção de qualquer sociedade que se quer justa, uma vez que é encarregada de planejar e executar obras que são do interesse comum. Assim, tal profissional é capaz de melhorar a qualidade de vida dos seres humanos ao transformar determinados espaços e aproveitar seus recursos.

As mudanças caminham para uma equidade nas relações profissionais e as mulheres têm dado a sua contribuição nesse sentido. Todos são convidados a participar desse processo, com a finalidade de eliminar as barreiras que separam homens e mulheres em seus exercícios profissionais. Procurar a construção de um ambiente plural, humanizado e respeitoso é uma obrigação de todos.

A Engenharia Civil é uma área muito importante para a sociedade como um todo. Toda construção ou contrato executado por um engenheiro ou uma engenheira civil requer dedicação, responsabilidade e ordem. Tais profissionais são responsáveis por construir sonhos e fantasias com toda a sua integridade laboral e social, e esse é o principal papel das mulheres na Engenharia Civil.

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