Investir em gestão de segurança e saúde é uma prática que vem se tornando cada vez mais frequente no canteiro de obras.
Isso se deve, principalmente, ao grande número de acidentes que ocorrem nesse campo: a construção civil é o quinto setor econômico que registra maior número de acidentes e o segundo mais letal aos trabalhadores — de acordo com divulgação do anuário estatístico.
Esses números são resultado da falta de treinamento dos colaboradores, que não estão cientes do elevado risco da maioria das atividades que realizam e acabam deixando a segurança de lado.
Por isso, é tão importante ter uma gestão de segurança e saúde em um canteiro de obras, já que este recurso é uma ferramenta de prevenção de riscos e também de remediação. Continue a leitura e entenda mais sobre o assunto.
Quais os motivos para investir em gestão de segurança e saúde?
É importante, primeiramente, pela necessidade de evitar que os funcionários acabem se prejudicando no canteiro de obras, o que pode levar a consequências mais graves, como afastamento do profissional e até mesmo acidentes fatais.
Além disso, ao focar na segurança do trabalho, há uma maior organização das atividades, já que, para que se tenha um ambiente seguro, é necessário que ele esteja bem ordenado, permitindo maior controle sobre o local.
E não é só isso: um ambiente seguro estimula os funcionários, que passam a trabalhar com mais eficiência ao perceberem como a empresa está investindo no seu bem-estar.
Por fim, a otimização de custos é outro fator que se torna relevante ao focar em gestão de segurança e saúde. Quando um acidente acontece, um funcionário pode ficar impossibilitado e deixar de exercer sua função, o que exige a contratação de outro colaborador, resultando em gastos extras.
Além disso, alguns acidentes acabam resultando também em prejuízos materiais, já que máquinas e produtos podem ser danificados ou inutilizados, o que leva à necessidade de adquirir outros materiais e equipamentos.
Existem normas específicas para segurança do trabalho em canteiro de obras?
Sim. Como já dissemos aqui, a construção civil é um campo complexo e propenso a muitos riscos, o que levou ao desenvolvimento de leis e normas reguladoras específicas para a área com o intuito de garantir segurança e condições adequadas de trabalho aos colaboradores.
A Norma Regulamentadora NR 35, por exemplo, foi criada em 2010, no 1º Seminário Internacional de Trabalho em Altura, com o intuito de estabelecer requisitos mínimos e medidas de proteção para o trabalho em altura, garantindo a segurança e saúde dos trabalhadores nessa área.
A NR 35 entrou em vigor em 2012 e foi atualizada em 2014, sendo uma norma extremamente importante para as empresas de construção civil, já que elas lidam diariamente com trabalho em altura. Ela é aplicável a todos os segmentos que possuem atividades realizadas acima de dois metros de altura e que tenham riscos de queda.
Já a NR 18 exige a criação do Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT). Ela é composta por um conjunto de diretrizes, com o intuito de garantir a segurança e as condições necessárias para que os trabalhadores tenham um ambiente adequado para exercer suas funções no canteiro de obras.
Além de ser essencial o cumprimento dessas normas pelas empresas da construção civil, elas são ferramentas para evitar os acidentes nesse campo e, por isso, não devem ser ignoradas pelos gestores de obras.
Quais cuidados devem ser tomados para garantir a segurança e saúde no canteiro de obras?
1. Uso de EPIs
Os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) são obrigatórios para a prevenção de acidentes de trabalho no canteiro de obras, como óculos, capacetes, botas, luvas, protetores auriculares, entre outros.
O uso destes equipamentos é fundamental para garantir a proteção e saúde do trabalhador na obra, já que ele está constantemente sujeito a riscos — especialmente aqueles que realizam trabalho em altura.
Além disso, os EPIs são ferramentas que evitam a exposição do trabalhador a doenças ocupacionais, que podem comprometer a capacidade de trabalho e reduzir a qualidade de vida dos profissionais.
Para que a empresa de construção civil conheça os EPIs necessários para o tipo de atividade que está desenvolvendo, é necessário elaborar um estudo dos riscos ocupacionais do canteiro de obras.
Vale ressaltar: o uso dos equipamentos de proteção é determinado pela NR 6, que discorre sobre a necessidade de as empresas fornecerem os EPIs de forma gratuita ao trabalhador, de acordo com as funções por ele desempenhadas.
2. Treinamento da equipe
É importante também que a empresa conscientize o funcionário sobre a necessidade do cumprimento das regras — de nada adianta fornecer os EPIs, se o profissional não compreender as funcionalidades desses equipamentos.
O treinamento da equipe deve ser realizado com o intuito de mostrar aos colaboradores todas as normas do canteiro de obras, permitindo que eles entendam como o cumprimento destas é crucial para a segurança do trabalho.
As construtoras podem incentivar os funcionários com cursos e programas de qualificação voltados ao setor da segurança para melhorar o entendimento das normas e motivar os profissionais a adotarem novas posturas para seu cumprimento.
3. Organização do ambiente de trabalho
O canteiro de obras é um local em que há a circulação constante de um grande número de pessoas, máquinas e ferramentas. Logo, sem organização, esse local acaba se tornando um ambiente propício a acidentes.
Assim, além de fornecer EPIs e realizar treinamentos constantes, é necessário que as construtoras mantenham o ambiente de trabalho organizado, com os equipamentos e ferramentas em local adequado — especialmente em locais de difícil acesso.
Dessa maneira, são reduzidos tanto os gastos, pois muitas ferramentas podem ser perdidas na desorganização, quanto os riscos de acidentes — quando máquinas e ferramentas não estão armazenadas de maneira correta, podem acabar atrapalhando o desenvolvimento de algumas atividades e até mesmo causar acidentes pela falta de espaço suficiente para a circulação dos colaboradores.
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