- 01 de setembro de 2016
- arcos
PROVA DE CARGA EM FUNDAÇÕES: PODEMOS DORMIR TRANQUILOS?
Há anos atrás, ouvimos uma história em obra cujo ensinamento sempre associamos com a importância da realização de provas de carga em fundações. O relato era sobre um engenheiro que não possuía uma boa relação com o encarregado de uma obra onde estavam sendo escavados tubulões que, necessariamente, tinham abertura de base.
O engenheiro, sempre muito ocupado, não conferiu nenhuma escavação e, ao dar início à parte estrutural da obra, o encarregado o avisa que não houve abertura de nenhuma base e se demite. O engenheiro perdeu noites de sono, atrasou a obra, gastou dinheiro que não estava previsto para, no fim, descobrir que os tubulões foram escavados conforme projeto.
Na verdade, são muitas as lições que podemos levar dessa história, mas sempre acabamos pensando na angústia e agonia vivida pelo engenheiro por não fazer um procedimento simples e fundamental em sua obra e tal contexto pode ser facilmente relacionado com os serviços de prova de carga em fundações.
Desde 2010, a norma brasileira de projeto e execução de fundações tornou obrigatória a execução de provas de carga desde que haja um número mínimo de estacas em obra ou de tensão admissível atuante nas mesmas. A norma sofreu alteração, todavia, no Brasil, infelizmente, ainda não possuímos a cultura da realização desses ensaios em campo sem que os quesitos de obrigatoriedade existam. Muitos se justificam pelo custo do teste, outros pelo curto prazo para realização da obra e alguns simplesmente por não conhecerem o procedimento.
Independente da justificativa para não executar a prova de carga, é consenso no meio geotécnico que os ensaios diretos em campo de capacidade de carga ainda são a melhor forma de analisar o real desempenho das fundações. Se a prova de carga for realizada no início da obra, o projetista consegue aferir o resultado encontrado com o projetado e, até mesmo, reduzir o tamanho ou quantidade das estacas, gerando economia para obra. Mesmo que o resultado encontrado seja insatisfatório, ainda é mais econômico fazer alguma correção no início da obra do que quando a estrutura está trincada e dando sinais de recalques.
Caso o engenheiro trabalhe com um curto prazo, há um tipo de prova de carga que pode ser realizada em até duas semanas desde que a estaca ainda não tenha sido executada, o ensaio bidirecional. (Nesse tipo de teste uma célula expansiva é concretada junto à estaca no momento de sua execução e, após ter obtido a resistência mínima do concreto e efeito de set-up do solo, o ensaio é realizado. A célula expande e divide a estaca em dois trechos, onde o trecho superior resiste ao esforço solicitante com o atrito lateral e o trecho inferior com parte do atrito lateral e resistência de ponta e têm-se como resultado as curvas carga-deslocamento de ambos os trechos).
Não há justificativa plausível para não execução de provas de carga em fundações. O teste resulta em segurança e economia para obra e poupa engenheiros, consultores, futuros moradores, população e todos os envolvidos de vivenciar agonias e angústias devido a uma fundação mal executada ou dimensionada. Podendo, assim, todos dormirem tranquilos.
2 Comments
LENNIE LAZENBY
Good for you! Looks like you have been working really hard your entire life because such a big house must cost a fortune.
REPLYLENNIE LAZENBY
Good for you! Looks like you have been working really hard your entire life because such a big house must cost a fortune.
REPLY