Todos os tipos de obra de engenharia — como edificações, barragens, viadutos, pontes e rodovias — podem ser acometidos por erros. Esse fato evidencia, dentre outras questões, a necessidade da busca pela excelência no planejamento do projeto e na prática da engenharia em si.
Este post tem como objetivo ressaltar a importância do planejamento e o cumprimento de prazos em uma obra, apresentando as etapas principais e os lamentáveis erros que já ocorreram graças à falta de planejamento e à má execução de uma obra.
Confira!
A importância do planejamento de obras
O planejamento de obras é um elemento fundamental para os empreendimentos. Trata-se de uma atividade que é desenvolvida desde antes de seu início até a entrega do produto ao cliente, de modo a favorecer a técnica, a segurança e a economia da obra.
Conforme o conjunto de tarefas que devem ser executadas nas diferentes etapas de construção, o planejamento assume características e denominações diferentes. Nesse sentido, o planejamento de obras consiste na organização para a execução da construção e também inclui o orçamento e o cronograma da obra.
O orçamento é importante para ajudar na compreensão das questões econômicas e o cronograma contribui para uma melhor distribuição das atividades no tempo. Além disso, o planejamento pode ser de longo, médio e curto prazo.
Quanto maior o período de tempo, mais geral e menos detalhada será a planificação em termos de execução. No planejamento de longo prazo, geralmente, aborda-se questões relacionadas aos grandes itens — como as fundações, a estrutura e a alvenaria, por exemplo.
No planejamento de médio prazo, geralmente, são abordadas questões relativas às atividades ou serviços a serem executados, direcionando a atenção para a remoção de empecilhos à construção.
Já no planejamento de curto prazo, o objetivo é a execução da obra propriamente dita, garantindo o fornecimento dos materiais e da mão de obra necessária — bem como o conhecimento do ritmo da construção.
Planejar corretamente as atividades em cada etapa da construção é muito importante para que seja possível garantir os materiais, a mão de obra e os equipamentos no momento correto.
Realizar essas tarefas após o prazo é sinônimo de atraso na construção e podem causar multas pela demora na entrega.
As etapas do planejamento de obras
Para evitar atrasos e desperdícios de recursos é importante compreender toda a programação da obra e seguir, criteriosamente, o planejamento. Este, por sua vez, pode ser resumido em cinco etapas principais. Veja!
1. Definição das atividades e sua sequência
Nesta etapa o engenheiro precisa dividir ou agrupar os serviços de acordo com a característica de sua execução. Os serviços que serão executados de forma intermitente e simultânea (alvenaria, revestimentos) devem ser divididos, ao passo que os de execução contínua devem ser agrupados (instalações elétricas e hidráulicas, por exemplo).
2. Trabalho de planejamento
Nesta etapa o engenheiro prepara listas e relatórios da mão de obra e dos serviços a serem executados — estes já estão previamente orçados. Com essas informações, são calculadas as equipes de trabalho.
Em seguida, prepara-se uma tabela de precedência de serviços ou atividades. A partir desse ponto já é possível ter uma primeira estimativa do prazo de execução da obra.
3. Durações das equipes
Nesta etapa são calculadas as quantidades parciais e totais de mão de obra para a execução de cada serviço. A duração de cada atividade das equipes será relacionada ao número de homens e à quantidade total de homens necessários por hora, os quais são determinados segundo o prazo e as limitações orçamentárias da obra.
4. Otimização do planejamento
Após a determinação das equipes e do prazo necessário para realização das atividades, o planejamento passa por uma revisão, verificando se o prazo final estipulado é compatível com as necessidades da obra.
A sequência de execução e as durações de determinadas atividades são questões que podem sofrer alterações de acordo com a demanda do projeto.
5. Cronograma físico-financeiro
Na última etapa o engenheiro elabora um documento em forma de planilha que se refere ao desenvolvimento dos serviços da obra e que prevê, ainda, os gastos mensais.
Essa tarefa requer do engenheiro uma detalhada compreensão da obra e o desdobramento de cada atividade a ser realizada em cada etapa. Para realizar tal missão, os engenheiros podem recorrer a métodos específicos ou até mesmo a softwares de apoio.
Os erros na engenharia civil
A crescente demanda por projetos cada vez mais econômicos e de tempo de construção cada vez mais rápido está deixando as edificações suscetíveis a erros que podem ser causados por falta de planejamento e/ou por má execução.
Dentre obras da construção civil que infelizmente tiveram erros, pode-se citar o caso do edifício Taipei 101, em Taipé, Taiwan. Embora seja considerada uma construção sustentável e resistente a terremotos e tufões, geólogos acreditam que seu tamanho e peso sobrecarregam a capacidade de carga do solo e torna a área mais suscetível a esse evento natural.
No Brasil, o desastre da Gameleira, em 1971, é considerado um dos maiores acidentes da construção civil no país. Segundo a verificação de especialistas no projeto original, um defeito nas vigas principais, que não suportou as tensões, ocasionou o lamentável desabamento da construção.
Recentemente, em novembro de 2015, ocorreu o desastre que causou o pior impacto ambiental da história brasileira, devido ao rompimento de uma barragem de rejeitos da mineração, na cidade de Bento Rodrigues, próximo a Mariana-MG. A estrutura construída não suportou o volume de material despejado, causando danos incalculáveis ao meio ambiente, além de multas exorbitantes pelos erros cometidos.
É importante destacar que na engenharia brasileira e na engenharia internacional já ocorreram erros lamentáveis. Porém, também existem inúmeros casos de sucesso.
À medida que a tecnologia da engenharia avança, a importância de ter tudo planejado aumenta e isso garante não só a correta execução da obra, mas também contribui para evitar catástrofes.
Por fim, ressalta-se que os sucessos devem servir de exemplo para o desenvolvimento das tecnologias existentes e os erros devem servir como aprendizado para que não se repitam, adotando-se a visão de que a engenharia pode continuar avançando, apesar dos riscos.
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