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Conheça a história da construção da Ponte Rio-Niterói

Quem visita o Rio de Janeiro hoje já vê a Ponte Rio-Niterói como uma paisagem totalmente adaptada à cidade, um verdadeiro cartão-postal com o vai e vem dos veículos, os aviões passando por cima da estrutura e os navios por baixo, mas nem sempre foi assim. A obra foi uma necessidade depois que a frota de carros aumentou bastante ,e o fluxo de pessoas que saía da capital fluminense rumo à região norte do estado se intensificou.

Na década de 1970, quem queria deixar o Rio em direção a Niterói ou às praias do norte, tinha apenas duas alternativas. Uma delas era enfrentar as filas e a lentidão das balsas que cruzavam a Baía de Guanabara, o que poderia demorar mais de duas horas.

A outra era contornar a Baía por uma estrada de mais de 100 quilômetros de extensão, cruzando a cidade de Magé, para só então chegar a Niterói, uma verdadeira viagem.

Já contamos parte dessa história, mas quer conhecer todos os detalhes sobre a história dessa ponte? Produzimos um artigo especial com as curiosidades e a história por trás dessa, que é uma das principais obras de engenharia do país.

Ponte Rio-Niterói: uma ideia antiga, concretizada 100 anos depois

A primeira ideia que se tem notícia sobre um projeto para ligar as cidades do Rio de Janeiro e a de Niterói foi ainda no século XIX. Naquela época, mais precisamente em 1875, Dom Pedro II chegou a contratar o engenheiro inglês Hamilton Lindsay-Bucknall para realizar estudos sobre a viabilidade de uma obra de grande porte.

A princípio, a opção de Dom Pedro seria pela construção de um longo túnel sob as águas da Baía de Guanabara, já que ele estava fascinado com o resultado das obras do metrô de Londres. Anos depois, foi apresentada a opção de erguer uma ponte ligando as duas cidades.

O jornal Estado de São Paulo afirmou, na época, que esse era um “grande empreendimento, cujas vantagens são incontestáveis”, mas que, pela grande dificuldade de execução e altos gastos, a ponte era julgada impraticável.

A ideia foi posta de lado por alguns anos, mas não foi totalmente esquecida. Há inúmeros relatos de conversas entre autoridades e empresários, além de propostas sobre o tema na primeira metade do século XX. Até mesmo uma licitação chegou a ser feita, mas a obra não foi sequer iniciada porque a construtora vencedora faliu.

Concretamente, o debate sobre a viabilidade da ponte foi retomado durante o governo militar, praticamente 100 anos após a ideia inicial de Dom Pedro II.

Esse um século que distanciou a ideia da execução da proposta foi fundamental, sobretudo, para o desenvolvimento das tecnologias necessárias para que uma obra desse porte pudesse se realizada.

Como a tecnologia foi decisiva na construção da Ponte Rio-Niterói

Se na época do Império ainda não haviam soluções possíveis para erguer uma ponte sobre os 9 quilômetros de água que separavam o Rio de Janeiro de Niterói, no final da década de 1960, isso já era possível. No entanto, as dificuldades eram muitas.

A primeira delas era garantir que as rochas oceânicas do fundo da Baía de Guanabara suportariam o peso da estrutura.

A partir daí, as perfuratrizes eram levadas até ilhas flutuantes na Baía de Guanabara e colocadas dentro de tubos para poderem perfurar a rocha. Isso era feito para evitar que elas tivessem contato com a água. Nos buracos, eram instaladas estruturas metálicas até a superfície.

Em cima dessas estruturas foram construídas as fundações da ponte, onde, posteriormente, foram erguidos os pilares que davam sustentação às pistas. Embora a ponte tenha 13 quilômetros de extensão, 9 deles são sobre a água. E foram construídos a partir de blocos, erguidos por guindastes que eram instalados nos pilares da ponte, e soldados uns aos outros.

Uma curiosidade é que as estruturas que sustentavam as pistas demoravam quatro dias para serem erguidas pelos guindastes. Durante todo esse tempo, a obra precisava ser vigiada e monitorada de perto, já que as enormes peças contraíam e expandiam de tamanho, por causa da variação de temperatura.

Os engenheiros, então, acompanhavam os cálculos por meio de um painel até o momento em que as estruturas eram encaixadas e soldadas umas às outras.

Outra dificuldade solucionada pela engenharia e pela tecnologia foi a altura do vão central, maior que no restante da estrutura, para permitir que grandes barcos pudessem se deslocar sob a ponte. Seu ponto mais alto fica a 72 metros do nível do mar.

Ponto Rio-Niterói: um cronograma

  • 1875: Dom Pedro II contrata um engenheiro inglês para propor uma solução para ligar a cidade do Rio de Janeiro a Niterói;
  • 1963: Criação de grupo de trabalho para estudar a construção de uma ligação entre as cidades;
  • 1965: Formada comissão executiva para cuidar do projeto de construção da ponte;
  • 1968: Autorizada a construção da Ponte Rio-Niterói e apresentação do projeto final;
  • 1969: Início das obras;
  • 1974: Inauguração da ponte.

5 curiosidades sobre a Ponte Rio-Niterói

As histórias de megaconstruções, como a da Ponte Rio-Niterói são cercadas de curiosidades, afinal, os números impressionam e as soluções encontradas pelos engenheiros para alguns problemas, também. Fizemos uma lista com 5 dessas curiosidades.

  1. A ponte foi projetada para receber 50 mil veículos por dia, mas hoje, esse número representa só um terço do movimento normal;
  2. Quando os ventos chegavam a 55 km/h a ponte oscilava mais que o normal. Uma solução para esse problema — um sistema de atenuantes — foi adotada em 2004, após sugestão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ);
  3. Quando construída, a Ponte Rio-Niterói era a segunda maior do mundo, atrás apenas da Ponte Pontchartrain, nos Estados Unidos, com 38 quilômetros de extensão. Hoje, a mais extensa é a chinesa Danyang–Kunshan, com impressionantes 164 quilômetros;
  4. Setenta e dois trabalhadores, entre engenheiros e operários morreram durante as obras, segundo levantamento da imprensa na época;
  5. O evento de início da construção da ponte teve a participação da rainha Elizabeth II, da Inglaterra.

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