Ao todo, são 270 estações ligadas por mais de 400 quilômetros de trilhos. Por dia, cerca de 3 milhões de pessoas (o equivalente a, praticamente, toda a população do Uruguai) circulam pelas 11 linhas e 4.070 trens usados neste sistema de transporte público, que é um dos mais antigos do mundo.
Estamos falando do metrô de Londres, que começou a operar em 1863 e todos os anos conduz mais de 1 bilhão de pessoas pelo fantástico mundo subterrâneo de uma das capitais mais importantes da Europa.
Os números são mesmo impressionantes, mas igualmente interessante é a complexidade da engenharia utilizada para criar uma rede capaz de interligar toda a região metropolitana de Londres. Afinal, somente com muito planejamento é possível tirar do papel uma obra como essa.
Então, quer saber mais sobre este assunto? Fique ligado, porque o metrô de Londres é o tema do artigo de hoje!
Metrô de Londres: como tudo começou
Hoje em dia, não há dúvidas de que o metrô é um dos meios de transporte mais eficientes dos centros urbanos. Mas nem sempre foi assim. A ideia de construir trilhos e colocar vagões para transportar milhares de pessoas por debaixo da terra enfrentou uma enorme resistência na Londres do século XIX.
Naquela época, a capital inglesa já era a maior cidade da Europa, com 6,5 milhões de pessoas. E os deslocamentos se davam, basicamente, a pé ou por meio de carroças e cavalos.
Com todo esse volume de gente, é de se imaginar o caos do tráfego urbano e a demora em percorrer distâncias maiores. As áreas periféricas já eram interligadas por estações de trem, e a administração da época queria levar os trilhos até o centro da cidade.
A primeira alternativa pensada foi a de expandir as vias férreas no nível do solo mas essa ideia foi logo descartada, já que seria preciso desabrigar uma quantidade enorme de pessoas que viviam nas regiões por onde passariam os trens.
A solução (inovadora) encontrada, portanto, foi abrir grandes túneis subterrâneos que seguiam os traçados das ruas.
As obras começaram em 1860 e, três anos depois, a primeira linha já havia sido concluída. As obras deram certo e, pouco tempo depois, outras cidades passaram a planejar seus próprios sistemas de metrô — como Budapeste, na Hungria, em 1896, e Buenos Aires, na Argentina, em 1913.
Como funciona uma obra de engenharia debaixo da terra
Apesar de ter se convertido, ao longo dos últimos 150 anos, em um dos maiores metrôs do mundo, com mais de 400 quilômetros de trilhos subterrâneos, ainda há espaço para ampliar as linhas. E não é uma simples ampliação do serviço, é a maior expansão da rede de metrô de Londres dos últimos 50 anos.
As obras da Elizabeth Line começaram em 2009, e só vão ser concluídas em dezembro de 2019. O objetivo é ligar áreas periféricas ao centro de Londres, diminuindo o tempo de deslocamento gasto por quem vive nas áreas afastadas e precisa se deslocar às áreas centrais para trabalhar.
São mais de 10 mil engenheiros e operários trabalhando a 30 metros da superfície do solo. Ao todo, são 8 máquinas — conhecidas aqui, no Brasil, como “tatuzão” — que rasgam o solo da cidade para criar novas vias férreas. Depois que o túnel é aberto vem a fase da concretagem, com a utilização de máquinas enormes e modernas.
Metrô ou usina?
Ao longo dos anos, o processo de fazer uma obra tão grande e complexa como a do metrô de Londres ganhou um aliado que era inimaginável quando tudo isso começou: a tecnologia de ponta.
Além das supermáquinas de escavação e concretagem, há dezenas de computadores fazendo cálculos milimétricos e acompanhando o desenvolvimento da obra para ver se tudo está saindo como o planejado.
Essa nova expansão do metrô, no entanto, também serviu para testar um modelo revolucionário de geração de energia. Isso mesmo: o metrô de Londres também poderá abastecer as próprias estações.
A cada vez que o maquinista aciona o sistema de freios do trem, o processo de frenagem gera energia que pode ser convertida em eletricidade. Após alguns testes realizados nos últimos anos, os engenheiros chegaram a contabilizar a produção de 1 megawatt-hora por hora.
Se essa energia fosse transmitida para a rede elétrica, seria possível manter o consumo de 100 casas durante 1 ano, ou economizar mais de U$S 9 milhões todos os anos em gastos das próprias estações. Fantástico, não?
4 fatos incríveis sobre a construção do metrô de Londres
1. A evolução nas escavações
Hoje, a construção do metrô envolve a utilização de grandes máquinas de escavação que, ao mesmo tempo em que retiram a terra do subsolo, também concretam as paredes para garantir maior estabilidade e evitar o risco de desabamentos. Mas não foi sempre assim.
As primeiras escavações eram feitas, praticamente, de forma manual, o que resultava em uma série de desabamentos. Para dar mais segurança ao túnel, os buracos eram reforçados com camadas de tijolos, vigas de ferro e tijolos, novamente. Quando o túnel se mostrava estável, os operários refaziam o recapeamento das ruas.
2. Vagões a vapor
Assim que foram inaugurados, os trens do metrô de Londres eram movidos a vapor. Por isso, debaixo da terra, com toda aquela fumaça, o ar era irrespirável. Para minimizar o problema, as janelas foram transformadas em saídas de ar.
3. Abrigo contra bombas
Durante a 2ª Guerra Mundial, o metrô de Londres teve uma utilidade ainda mais importante que a de transportar pessoas. Durante os ataques aéreos promovidos pela Alemanha, as estações eram os lugares mais seguros da cidade, e foram transformados em verdadeiros abrigos durante o tempo em que duravam as chamadas blitzkriegs.
4. Sítios arqueológicos
Durante a última expansão, os engenheiros responsáveis pela obra se depararam com um sítio arqueológico.
Ruínas de cidades dominadas pelo Império Romano, ossadas de vítimas da peste negra e objetos, como vasos e moedas utilizados há centenas de anos, estavam enterradas ali. E só foram descobertas graças às máquinas de escavação de terra!
E aí, gostou de conhecer um pouco mais sobre o metrô de Londres, que começou a ser construído na segunda metade do século XIX e continua em plena expansão até os dias de hoje? Agora, compartilhe este conteúdo em suas redes sociais e marque seus amigos!