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Entenda como se deu a construção da Hidrelétrica de Itaipu

A maior obra de engenharia da história do Brasil demorou 7 anos para ficar pronta, fica localizada na fronteira com o Paraguai e demandou uma verdadeira operação de guerra para sair do papel. Inaugurada na década de 1980, a Hidrelétrica de Itaipu — a maior usina em geração de energia até então — alimentou o sonho do “milagre econômico” e reafirmou a influência brasileira na América Latina.

Como toda grande obra de engenharia civil, os números da usina assustam até hoje. A começar pela capacidade de geração de eletricidade, que é de 14 mil MW. Desde sua inauguração até os dias de hoje, Itaipu é a hidrelétrica que mais gerou energia no mundo, mais até que a usina chinesa de Três Gargantas, inaugurada em 2003 e com capacidade de geração de 22,5 mil MW.

É isso que faz de Itaipu a maior obra de engenharia brasileira em todos os tempos. No artigo de hoje vamos contar sobre curiosidades, números, tecnologias e o futuro da Hidrelétrica de Itaipu. Confira!

Itaipu: dois países, uma solução

Na década de 1960 os governos brasileiro e paraguaio começaram a intensificar os debates sobre a construção de uma usina hidrelétrica no leito do rio Paraná. O primeiro documento oficial assinado por ambas as nações sobre o assunto foi a “Ata do Iguaçu”, em 1966 e que serviu para oficializar o interesse dos dois países em levar a construção da Hidrelétrica de Itaipu em diante.

Já o “Tratado de Itaipu”, que deu origem ao empreendimento, foi assinado em 1973, dando o pontapé inicial para o começo das obras. As primeiras máquinas começaram a operar no local dois anos mais tarde.

Por estar localizada em uma área de fronteira e, conforme os tratados legais, a energia produzida em Itaipu é distribuída tanto para a rede paraguaia quanto para a brasileira. Atualmente, toda a eletricidade fornecida por Itaipu alimenta cerca de 7 em cada 10 casas paraguaias e 16% de todo o Brasil.

Hidrelétrica de Itaipu: um trabalho de Hércules

Essa foi a definição dada pela revista especializada em construção civil “Popular Mechanics” sobre a construção da maior usina do mundo. Para erguer a barragem foi construída uma verdadeira civilização no local. A cidade de Foz do Iguaçu, até então com 20 mil habitantes, cresceu 5 vezes em apenas uma década.

Cerca de 10 mil pessoas trabalharam na construção, mas, no seu auge, durante a etapa de concretação, o trabalho exigiu a contratação de 40 mil homens.

Todas as etapas da obra exigiam esforços grandiosos. Em primeiro lugar, foi preciso desviar o curso do Rio Paraná e, para isso, foi necessário remover 55 milhões de metros cúbicos de terra e rocha para escavar um desvio de 2 km de extensão.

A fase de concretação também ganhou contornos de uma verdadeira operação. Afinal, foram utilizados mais de 12 milhões de metros cúbicos de concreto.

Também vale destacar a fase de transporte das peças, que deixavam São Paulo rumo à Foz do Iguaçu. Apenas em 1980, cerca de 20 mil caminhões e 7 mil vagões ferroviários foram mobilizados para fazer o deslocamento, que exigia um rigoroso controle logístico. As turbinas, que pesavam 300 toneladas, só podiam passar por estradas e pontes que aguentassem o seu peso, o que atrasava a chegada do material.

Outro trabalho hercúleo foi a captura de 37 mil animais que viviam na área que seria inundada. Milhares de propriedades urbanas e rurais foram atingidas e indenizadas pelo governo brasileiro.

O futuro da usina

A usina de Itaipu completa 34 anos em 2018 com uma marca impactante: a geração de energia bateu o recorde recentemente com mais de 103 milhões de MW produzidos em 2016, superando até a concorrente chinesa de Três Gargantas.

Sob esse ponto de vista, a Hidrelétrica de Itaipu vive seu auge e o natural é que, a partir de agora, os resultados sejam mais modestos até em função do tempo. As tecnologias utilizadas na época da construção estão sendo superadas e o desgaste também afeta as estruturas da usina.

A própria diretoria da companhia admite que será preciso colocar em prática um plano de ação para que as 20 unidades geradoras de energia sejam modernizadas nos próximos anos pensando na continuidade da produção de energia para o futuro.

Esse processo de modernização deve demorar uma década e vai conciliar uma otimização da produção, manutenções preventivas e atualizações tecnológicas. A estimativa é que o investimento chegue à casa dos U$S 500 milhões.

5 curiosidades sobre Itaipu que você não sabia

1. Volume do concreto

Na construção da usina foram utilizados 12,7 milhões de metros cúbicos de concreto. Essa quantidade seria suficiente para construir 210 estádios de futebol como o Maracanã.

2. Lago artificial

Com a construção da barragem no leito do rio Paraná, criou-se um lago artificial de 1.350 quilômetros quadrados. Essa área é praticamente a mesma da cidade de São Paulo e quatro vezes maior que o município de Belo Horizonte.

3. Recorde de concretagem

Uma das marcas batidas pela construção da Hidrelétrica de Itaipu foi o recorde sul-americano de concretagem. No dia 14 de novembro de 1978, os operários lançaram na barragem 7.207 metros cúbicos de concreto. Para se ter uma ideia, isso equivale a erguer um prédio de 10 andares a cada hora.

4. Altura da barragem

A barragem da usina de Itaipu mede 196 metros, altura de um prédio de 65 andares.

5. Transporte das peças

O transporte das peças era praticamente uma operação de guerra. Como elas saíam de São Paulo e eram gigantes, demoravam muito tempo e demandavam uma grande operação logística. A primeira roda de turbina, que pesava 300 toneladas, demorou 3 meses para chegar ao canteiro de obras: teve que fazer uma série de desvios porque algumas estradas e pontes no caminho simplesmente não aguentariam o peso da estrutura.

Agora sabemos como foi construir uma estrutura desse tamanho na década de 1970, certo? A saga da construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu faz parte da história da nossa engenharia e é considerado um marco importante para a profissão no país.

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