- 24 de dezembro de 2018
- arcos
Setor da construção civil prevê reaquecimento do mercado para 2019
Os últimos nove anos foram uma viagem do céu ao inferno para o setor de infraestrutura e construção civil aqui no Brasil. Se entre 2010 e 2014 nosso país viveu uma onda de crescimento, investimentos e ampliação de negócios, de 2015 para cá, a situação parece ter-se invertido, numa queda livre perigosa.
A cada ano, os brasileiros chegavam aos meses de novembro e dezembro torcendo para que a “crise” estivesse no fim, com vistas esperançosas para o ano seguinte. Mas o ano seguinte chegava e as circunstâncias pareciam se repetir. E lá vinha dezembro de novo…
Mas, para 2019, a queda livre aparentemente chegou ao fim e estudiosos acreditam – de verdade – que será o ano da retomada, de subir de volta os degraus, para começar e enxergar o céu.
Um passado não tão distante
Entre 2010 e 2014, o mercado da construção civil viveu o boom do crescimento econômico nacional. O programa Minha Casa Minha Vida oferecia às camadas mais pobres da população a possibilidade de adquirirem a tão sonhada “casa própria”; o crédito era amplo e pouco restrito, os investimentos das indústrias e serviços eram cada vez maiores, novos negócios impulsionavam o poder aquisitivo da população em geral e ainda havia as obras da Copa favorecendo o mercado e ampliando a infraestrutura dos espaços sede.
Hoje, esse saudoso cenário parece muito longínquo, mas, na verdade, estamos falando da distância de uma Copa para a outra apenas – são somente 4 anos! Se a separação em tempo parece tão pequena, a diferença das circunstâncias é sentida como muito maior.
Em 2017, entre todos os 12 setores econômicos estudados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a construção civil foi o que teve a maior queda no Produto Interno Bruto (PIB): um decréscimo de 5%. E isso se refletiu em todos os âmbitos do setor, aumentando o desemprego entre a mão de obra e reduzindo as operações de crédito.
2018 começou com uma cara boa: um cenário de inflação dentro da meta e taxa de juros baixa, parecendo oferecer novas oportunidade. No entanto, as esperanças para este ano tampouco se concretizaram.
Altas taxas de desemprego, altos índices de endividamento, baixíssimo investimento em infraestrutura, instabilidade política e econômica e, se não bastasse tudo isso, o estouro da greve dos caminhoneiros, que atrasou os insumos das obras, paralisando o mercado e atrasando o cronograma de todo mundo. E tudo isso em ano de eleição!
Essa soma desastrosa fez com que o segundo semestre do mercado já entrasse com queda de mais de 1% em relação ao ano anterior. Mas então, onde reside o otimismo para 2019?
Expectativa de recuperação para 2019
O fato é que, se nos últimos dois anos o PIB brasileiro esteve em queda, agora ele registra crescimento. Tímido, temos que admitir, estamos falando de uma alta de somente 1%. Mas está positivo. E a construção civil começou a registrar resultados otimistas depois de dois anos com números negativos.
O reforço na positividade vem também do comportamento do mercado imobiliário. São Paulo e Porto Alegre, por exemplo, já retomaram os lançamentos – e estão vendendo o que está sendo lançado. A procura tem aumentado em todos os canais de venda, de sites a plantões. Como São Paulo é o maior demonstrativo do setor, isso é uma ótima notícia.
2018 já vinha mostrando um aumento no número de lançamentos e das vendas no país, desde a metade do ano. No entanto, com a estagnação anterior, o estoque ainda é muito grande e, por isso, mesmo o número positivo ainda representa uma parcela pequena de venda do estoque das construtoras.
O novo ciclo de 2019 deve começar com uma inflação novamente dentro da meta e baixa taxa de juros. A Selic é a menor dos últimos tempos e a Caixa reduziu as taxas de juros do crédito imobiliário para operações com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Baixou de 9% para 8,75% ao ano, no caso de imóveis dentro do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), e de 10% para 9,5% ao ano, para imóveis enquadrados no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI). Além de subir o limite de cota de financiamento de imóveis usados de 70% para 80%.
Além disso, o índice de intenção de investimentos na indústria da construção chegou aos 34,8 pontos em dezembro de 2018, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Com a elevação de 2,3 pontos em relação a novembro, o indicador ficou acima da média histórica de 33,6 pontos.
Essa alta provavelmente se deve à confiança dos empresários em reformas estruturais, que eles esperam acontecer no ano que vem, para estimular a atividade econômica no país.
O Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção (Icei-Construção) também subiu, alcançando 62,3 pontos em dezembro, isto é, 9,3 pontos acima da média histórica, de 53 pontos. O otimismo está, portanto, focado lá para o segundo semestre de 2019. Isso porque, em seis meses, o novo presidente Jair Bolsonaro já poderá ter tomado algumas decisões importantes para o mercado.
Sinais de recuperação
Diversas empresas já possuem, inclusive, projetos de ampliação prontos. Estão somente em compasso de espera, aguardando pela estabilidade no setor.
A indústria também espera uma retomada de grandes obras de 2019 em diante. Segundo dados do Ministério do Planejamento, há mais de 2 mil obras paralisadas no Brasil. Dessas, cerca de 500 seriam de infraestrutura, como portos, aeroportos, ferrovias, rodovias e saneamento.
Logo, empresas e entidades confiam que o novo governo impulsione os investimentos em infraestrutura, umas das áreas consideradas gargalo do país e responsável pela geração de uma grande quantidade de empregos diretos e indiretos.
Esse impulsionamento do setor não é esperado somente via investimento direto do estado, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na verdade, imagina-se que o governo de Jair Bolsonaro precise levar adiante programas de privatização, já que o valor necessário para o setor de infraestrutura é muito maior do que a União consegue manter.
Atualmente, o Brasil investe menos de 2% do PIB nacional em infraestrutura, o que representa cerca de R$ 132 bilhões. E um estudo da CNI indica que os recursos deveriam ser ao menos o dobro disso, aproximadamente 4% do PIB.
Por enquanto, entidades e empresas se mantêm otimistas, aguardando o andar da carruagem para 2019. Se as suas previsões se confirmarem e se o governo de Jair Bolsonaro conseguir fazer as reformas necessárias no setor, então o próximo ano será, realmente, de reaquecimento para o mercado da construção civil – e, por que não, de toda a economia nacional.
A esperança de um mercado mais aquecimento é real e os números mostram isso. Que venha um 2019 de muitos negócios e evolução do setor da construção civil.Gostou do artigo? Siga nossos perfis para continuar por dentro de temas fantásticos sobre a construção civil. Você nos encontra no Facebook e no LinkedIn.
2 Comments
LENNIE LAZENBY
Good for you! Looks like you have been working really hard your entire life because such a big house must cost a fortune.
REPLYLENNIE LAZENBY
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